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domingo, 18 de abril de 2010

Pesquisadores esperam melhorar vida de pacientes com mal de Parkinson

O coração de avó da dona de casa Maria Aparecida Franco esteve por um fio. Com as artérias entupidas e a circulação do sangue muito precária, Maria Aparecida quase foi vítima da principal causa de morte no Brasil: as doenças do coração.
Em 2005, ela virou notícia ao estrear uma novidade: a aplicação de células-tronco durante uma cirurgia convencional de ponte de safena.
"Você há de lembra que, quando nós iniciamos esse projeto, cinco ou seis anos atrás, era uma estratégica absolutamente inédita, até então nunca antes explorada. Então, obviamente havia um receio por parte dos médicos sobre o que esperar dessa estratégia, a aplicação das células-tronco diretamente no coração, em termos de segurança"'afirma o cardiologista Luiz Henrique Gowdak, do instituto do coração (InCor) de SP.
O tempo trouxe a certeza de que o tratamento é seguro. Maria Aparecida não deixa os médicos mentirem. "Eu já vi tanta gente morrer antes de mim. E era eu que estava na fila há ste anos. Incrível, como é a vida. O que é a ciência", conta a dona de casa.
A ciência vive de enfrentar um desafio atrás do outro. Na mesma pesquisa, não demorou para aparecer um tipo de paciente em estado ainda mais grave que ela. Gente que nem poderia ser operada.
"Nesse momento, nós reativamos um procedimento que estava caindo em desuso, que é a revascularização transmiocárdia através dos raios-laser. E nesse momento, pensamos: por que não combinar essa estratégia inéditas que era a aplicação de células-tronco para pacientes que eram considerados terminais, inoperáveis?", explica o Dr. Luis Henrique Gowdak.
No InCor de SP, a técnica já foi experimentada em nove pacientes: o coração é perfurado com laser para criar novos caminhos para o sangue que não circula mais por veias e artérias entupidas. Depois, células-tronco mesenquimais, retiradas da medula do prórpio paciente, são injetadas ao lado dos furinhos. "Esse doente é um caso em que o resultado foi muito importante. Era um senhor muito ativo e ele estava com uma angina incapacitante. Ele não conseguia nem amarrar o próprio sapato", diz um médico.
E ele voltou a ser ativo. Com o tempo, os furinhos so laser acabam se fechando, mas, ao lado deles, novos vasos se formaram ajudando a circulação do sangue.
Além de o laser fazer por si só vasos, a célula-tronco fazer vasos por si mesma, nós imaginamos que talves o laser potencialize a fixação das células-tronco nesse músculo", aponta a cardiologista Noedir Stolf, do InCor. E assim, a cada nova hipótese, a pesquisadora avança para produzir descobertas cada vez mais promissoras. Qual a célula-tronco ideal para os músculos do coração? E qual seria a indicada para reparar o cérebro, por exemplo? Até vencer o desafio, o trabalho dos cientistas é um verdadeiro quebra-cabeças.
Um exemplo é o Mal de Parkinson. Pesquisadores do mundo todo ainda acham difícil encontrar a cura para a doenças degenerativas, mas têm certezas que podem achar o caminho para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A última experiência na Europa foi com células de fetos abortados. "Nesses estudos, não foi encontrados nenhum resultado significativo, ou seja, nenhuma melhora efetiva clínica nos pacientes que recebem transplante de tecidos mesencefálico. Foi uma ducha de água fria", revela o biólogo Oswaldo Okamoto, da UNIFEST. Em compensação, uma nova esperança nasceu no laboratório de Neurologia da Escola Paulista de Medicina. Usando células-tronco mesenquimais de cordão umbilical humano, os pesquisadores estão animados com o resultado dos testes em ratinhos.
"Primeiro, nós vimos que elas persistem no cérebro, ao passo que os animais que não receberam as células-tronco perdem cerca de 50% desses neurónios. Então, essa é uma proteção ( a gente chama isso de efeito neuro-protetor) que foi estatisticamente bem significativo", explica Oswaldo Okamoto.
Os ratinhos com Parkinson, protegidas pelas células-tronco, não desenvolveram tremores nem problemas motores. Agora, os pesquisadores querem saber os efeitos a longo-prazo.
São respostas como essa que milhares de pacientes em todo o mundo esperam com ansiedade. Um passo depois do outro, parece a coisa mais simples do mundo. O cérebro comanda, a medula transmite as ordens, nervos e músculos obedecem. Na verdade, esse sistema fascinante é muito complexo e sempre impôs à ciência um limite difícil de ultrapassar: o que fazer quando uma lesão na medula paralisa a máquina perfeita?
Os pesquisadores americanos conseguiram um grande avanço: uma forma eficiente de manipular as células embrionárias, para que elas não sejam rejeitadas quando injectadas na medula. As cobaias de uma pesquisa voltaram a caminhar.
Os testes em humanos podem começar ainda este ano e ter a parceria do Brasil. O Instituto de Ortopedia da Universidade de São Paulo é forte candidato.
"A complexidade da medula do sistema nervoso central do humano é muito maior do que nos animais onde foi testada. Então, tem que se observar se esses resultados vão se reproduzir ou não. Se isso ocorrer, vai ser um grande avanço e vai possibilitar que outros estudos clínicos voltem a ocorrer", explica o ortopedista Tarcísio de Barros Filho, da USP. Esse é um bom pedaço do quebra-cabeça, mas provavelmente não é a solução final que exige um tremendo esforço de outras áreas da ciência.
"A gente observa nos congressos internacionais, na área de lesão medular, que são várias linhas de pesquisas diferentes, mas todas elas acabam convergindo, e eu acredito que a gente vai acabar tendo uma associão de técnicas diferentes na procura de uma solução", declara o ortopedista Tarcísio de Barros Filhos, da USP. "É difícil dizer em quanto tempo. Essa é uma resposta que ninguém vai ter".

Especialistas estão otimistas quanto ao futuro das células-tronco.


"Trabalhar com células é uma coisa muito artesal, você tem que todo dia olhar pra ela, ver se ela está feliz, se não está, se ela está se multiplicando. E não tem feriado, não tem fim de semana, ano novo, Natal. Todo dia, você tem que observá-las", revela a geneticista Lygia Pereira, da Universidade de São Paulo (USP).
Ainda mais quando o material é tão nobre como esse: células-embrionárias, cultivadas no Brasil nos últimos dois anos. "A gente ter conseguido fazer as nossas próprias linhagens de células-tronco embrionárias foi fundamental para dar autonomia ao país nessas pesquisas, e na terapia com essas células. Agora, a gente controla todo o processo, a gente sabe pegar um embrião, tirar a célula embrionária, multiplicar essas células, transformá-las em neurônios, em músculos. O que a gente precisa agora é da segunda etapa, de produzir isso tudo de uma forma segura para uso em seres humanos", afirma a médica.
A Dra. Lygia é do time de brasileiros que vive o entusiasmo de ver a medicina do futuro nascendo no laboratório. Quando mais seguros são esses primeiros passos, mais longe a pesquisa consegue chegar.
"A grande promessa é você fazer terapia gênica na célula-tronco. Você pega a célula-tronco e coloca lá os gens que podem ajudar no combate da doença para turbinar a célula-tronco. Você pode botar na célula-tronco um fator genético que faz com que ela produza uma quantidade muito grande de insulina, por exemplo. E ela corrigiria a diabetes", aposta o hematologista Júlio Voltarelli, da USP. E sempre de olho no futuro, os cientistas vão deixando, no caminho, ferramentas que os médicos já estão aproveitando.
"Hoje, nós vivemos um momento único, em que um pesquisador clínico que vê e trata pacientes tem a chance de ir a um laboratório de pesquisa básica e dialogar com esses profissionais, procurando soluções na bancada do laboratório para os seus pacientes nos consultórios, nos ambulatórios que hoje sofrem", ressalta o cardiologista Luis Henrique Gowdak, do InCor de SP.
O desafio deste século é desenvolver a medicina regennerativa, usando o próprio corpo humano como fonte de cura. Conhecendo cada vez melhor essa máquina maravilhosa, onde será possível chegar?
"O nosso grande desafio é eliminar esse conceito, esse rótulo, que alguns pacientes ainda recebem de 'lamento, não há mais nada que a medicina possa fazer pelo senhor. Então, o senhor ai continuar a sofrer pelo tempo de vida que lhe resta'. Isso é muito angustiante para um médico. Isso é um desafio", afirma o cardiologista Luis Henrique Gowdak, do InCor de SP.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Técnica dispensa embrião para obter células tronco


Pode cair por terra o principal obstáculo ético e legal para a obtenção de células-tronco embrionárias, apontadas como possível fonte de tratamento para várias doenças. Dois estudos conseguiram reprogramar células adultas da pele humana para que se tornassem capazes de se diferenciar em vários tecidos. A técnica dispensa o uso de embriões, criticado por opositores à pesquisa com esse tipo de células e proibido em alguns países.
O método já havia sido demonstrado com sucesso em camundongos em julho de 2006. Desde então, laboratórios do mundo inteiro vinham tentando aplicá-lo com êxito em células humanas. O feito foi obtido de forma independente por dois grupos. A equipe de James Thomson, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, publicou seus resultados na revista Science. O periódico Cell traz o artigo do time liderado por Shinya Yamanaka, da Universidade de Quioto, no Japão - o mesmo que havia mostrado a eficácia da técnica em roedores.
A novidade foi divulgada poucos dias depois da obtenção das primeiras células-tronco embrioná de primatas geradas meio de clonagem. Esse anúncio havia sido recebido como um sinal de que estaríamos mais próximos da clonagem terapêutica de humanos, na qual células-tronco obtidas de embriões poderiam ser usadas no futuro em terapias celulares contra doenças como o mal de Parkinson ou lesões da medula espinhal.
No entanto, a obtenção de células-tronco embrionarias sem a necessidade do uso de embriões - e da consequente destruição dos mesmos- pode tornar desnecessário o procedimento de clonagem. Se for confirmada a capacidade da técnica de gerar células capazes de se diferenciar sem riscos, a pesquisa de terapias celulares deve ganhar um fôlego considerável. "O método vai mudar completamente o campo da pesquisa com células-tronco" , aposta James Thomson.

Quando começa e quando termina a vida?




Em 2008 foi regulamentado o tema sobre células tronco pela Lei de Biossegurança recentemente aprovada pelo Congresso Nacional, mas sofre questionamentos de inconstitucionalidade peo parte do Procurador-Geral da República, e está em julgamento no STF. A questão sob análise do STF é se a retirada das células tronco de um blastocisto humano (embrião de poucos dias) representaria um atentado à vida. Quando começa e quando termina a vida? A pergunta é simples e direta, mas a resposta, não. Os biólogos sabem que a vida é um contínuo permanente, que se transfere de uma célula a outra e de um indivíduo a outro. Nunca começa e nunca acaba. Uma célula que se divide ransfere a sua vida para as duas células-filhas. Do mesmo modo, a vida humana se perpetua através dos tempos, pois os indivíduos se reproduzem e a transferem a seus descendentes.
Seria mais produtivo, talvés, mudar o foco da pergunta: quando começa e quando acaba a vida de um indivíduo humano? Nesse caso, é preciso primeiro definir o que é um indivíduo humano, o que o diferencia de outras seres da natureza. Parece natural considerarmos que um ser humano se caracteriza por sua construção e por suas capacidades particulares. Não só a forma de nossos corpos ou o modo de funcionamento de nossos órgãos, mas, acima de tudo, o especial desempenho de nosso cérebro. O cérebro, então, capaz de possibilitar a emergência da mente, seria o diferencial que nos faz humanos.

Onde as células tronco podem ser encontradas?

Em embriões recém-fecundados (blastocistos), criados por fertilização in vitro - aqueles que não serão utilizados no tratamento da infertilidade (chamadas embriões disponíveis) ou criados especificamente para pesquisa; embriões recém-fecundados criados por inserção do núcleo removido - reposição de núcleo celular (denominada clonagem); células germinativas ou órgãos de fetos abortados; células sanguíneas de cordão umbilical no momento do nascimento; alguns tecidos adultos (tais como a medula óssea ) e células maduras de tecidos reprogramadas para ter comportamento de células tronco.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Para que servem as celulas tronco?


uma das principais aplicações é produzir celulas e tecidos pra terapias medicinais. Atualmente, os orgaos e tecidos doados são frequentemente usados para repor aqueles que estão doentes ou destrídos. Infelizmente,o numero de pessoas que necessitam de um transplante excede muito o número de órgaos diponiveis para transplante . E as células pluripotentes oferecem a possibilidade de uma fonte de reposicao de célula e tecido para tratar um grande número de doencas incluindo o mal de Parkison , Alzheimer, Traumatismo da Medula Espinhal, Infarto, Queimadura, doenca do Coracão, Diabetes, Osteoartrite e Artrite Reumatóide.

O que são células tronco?


Células tronco são células primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo e que dão origem a outros tipos de células. Existem vários tipos de células tronco: 1 Totipotentes- podem produzir todas as células embrionárias e extra embrionarias; 2 Pluripaotententes- podem produzir todos os tipos célulares do embrião; 3 Multipotentes- podem produzir células de varias linhagens; 4 Oligopotentes- podem produzir células dentro de uma única linhagem e 5 unipotentes produzem somente um único tipo célular maduro. As células embrionarias são consideradas pluripotentes porque uma célula pode contribuir para formação de todas as células e tecidos no organismo.