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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Técnica dispensa embrião para obter células tronco


Pode cair por terra o principal obstáculo ético e legal para a obtenção de células-tronco embrionárias, apontadas como possível fonte de tratamento para várias doenças. Dois estudos conseguiram reprogramar células adultas da pele humana para que se tornassem capazes de se diferenciar em vários tecidos. A técnica dispensa o uso de embriões, criticado por opositores à pesquisa com esse tipo de células e proibido em alguns países.
O método já havia sido demonstrado com sucesso em camundongos em julho de 2006. Desde então, laboratórios do mundo inteiro vinham tentando aplicá-lo com êxito em células humanas. O feito foi obtido de forma independente por dois grupos. A equipe de James Thomson, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, publicou seus resultados na revista Science. O periódico Cell traz o artigo do time liderado por Shinya Yamanaka, da Universidade de Quioto, no Japão - o mesmo que havia mostrado a eficácia da técnica em roedores.
A novidade foi divulgada poucos dias depois da obtenção das primeiras células-tronco embrioná de primatas geradas meio de clonagem. Esse anúncio havia sido recebido como um sinal de que estaríamos mais próximos da clonagem terapêutica de humanos, na qual células-tronco obtidas de embriões poderiam ser usadas no futuro em terapias celulares contra doenças como o mal de Parkinson ou lesões da medula espinhal.
No entanto, a obtenção de células-tronco embrionarias sem a necessidade do uso de embriões - e da consequente destruição dos mesmos- pode tornar desnecessário o procedimento de clonagem. Se for confirmada a capacidade da técnica de gerar células capazes de se diferenciar sem riscos, a pesquisa de terapias celulares deve ganhar um fôlego considerável. "O método vai mudar completamente o campo da pesquisa com células-tronco" , aposta James Thomson.

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